Compositor: Derek Walcott / Paul Simon
Esmeralda
Sou Esmeralda Agrón, señora
Sei que não tenho direito à voz
Meu filho não é o menino selvagem que você vê
A capa, a zombaria, o cabelo penteado para trás
Isso esconde a criança que eu cuidei e dei banho, señora
Por favor não desvie seus olhos de mim
Seu filho, que foi para Deus, e o meu culpado
Meu filho condenado
Ele também partiu
O Estado vai se encarregar disso, tenho certeza, señora
O Estado vai se encarregar disso, tenho certeza
Primeira mãe
Vocês, hispânicos, vêm para esse país
Nada aqui muda suas vidas
Imigrantes ingratos pedindo piedade
Quando todas as suas respostas são facas
A cidade vira um desenho do crime
Capas e sombrinhas, a glorificação da ralé
Eu tenho que encarar esse horror, señora
Segunda mãe
Minha religião
Me pede para rezar pela alma do assassino
Mas eu acho que você deveria ser
Jesus na cruz
Para abrir seu coração para tamanha perda
Posso perdoá-lo?
Posso perdoá-lo?
Não, não posso
Posso perdoá-lo?
Não, não posso
Amigos viram estranhos
Compaixão é difícil de expressar em palavras
As flores trêmulas que eles trazem
Temem nas raízes e caule
O que aconteceu comigo, eles sabem que poderia ter acontecido com eles
Posso perdoá-lo?
Não, não posso
Posso perdoá-lo?
Não
Esmeralda
Só Deus pode dizer "perdão"
Seu filho também recebeu uma facada
Mas nós continuamos, temos que viver
Com a cruz que chamamos de vida
Primeira mãe
Parece que caiu uma bomba
E onda após onda vêm os tremores
Segunda mãe
Você não acredita que é verdade
Deve haver algum erro
Você vaga por esse pesadelo do qual não consegue acordar
As duas mães
Posso perdoá-lo?
Posso perdoá-lo?
Não, não posso
Posso perdoá-lo?
Posso perdoá-lo? Não, não posso
Posso perdoá-lo?
Posso perdoá-lo? Não, não posso
Posso perdoá-lo?
Não, não posso